segunda-feira, 19 de julho de 2021

NINI.

 [1] NINI














NINI (1903/1960)

 

Lembrança de Toninho (Antônio Domingues Gutierrez Filho)

“Vovó Nini, querendo pagar uma promessa, pediu a meu pai e à minha mãe que a levassem à Aparecida do Norte, à antiga, porque a Basílica ainda não existia. Lá chegando, quis ajudar uma senhora e comprou uns ovos nua cesta.

No caminho de volta chovia muito. Meu pai derrapou com o carro na estrada, e quase capotou tombando em um barranco. Todos que estavam no carro não se machucaram mas saíram atordoados com a experiência, menos a vovó que saiu toda sorridente porque tinha conseguido não quebrar nem um ovo da cestinha que ela vinha carregando”.

 

Lembranças da Glorinha (Maria da Gloria de Menezes Vasconcelos Horta) 1.3.3.1

“Quando vovó Nini faleceu, eu tinha sete anos. Lembro da família de preto, dos choros, do momento em que minha mãe Cléa tentou me contar que as pessoas viram estrelas, então.. não precisou concluir. Eu comecei a chorar, e subi as escadas aos prantos: Vovó Nini morreu!!!

Quando ouvíamos o motor do carro do vovô Levy chegando do trabalho, era um Deus nos acuda. E eu tinha que recolher as tampinhas correndo e colocá-las nos frascos de volta, para que o vovô não visse. Nunca entendi essa proibição, mas obedecia. Vovô era tido como um cara bravo.

De minha avó Nini, sei pouca coisa. Conheci seu irmão tio Barcelos, casado com a divertida tia Florzinha, seus filhos e netos. Conheci a viúva do Waldemar Barcellos Borges, irmão que faleceu muito cedo, tia Julinha, muito querida de todos, grande amiga da minha mãe, Cléa. A filha do Waldemar e da Julinha era a Luizinha, minha madrinha de crisma, que me levou para conhecer a Lagoa Rodrigues de Freitas, quando eu era uma criança e morava no Grajaú. Luizinha e minha mãe trabalharam juntas muitos anos na Escola Santos Anjos, no Rio de Janeiro.

Ouvi dizer, não sei quando nem quem disse, que vovó Nini teria perdido irmãos na epidemia da gripe espanhola. Soube que sua mãe, minha bisavó, chamava-se Emília da Glória dos Santos Borges (1879/1937), vendo o título de eleitor da vovó, muitos anos depois de sua morte.

Conversando com a Shirley, e com outras primas, descobri que tanto Maria Emília, neta da tia Antônia, quanto a Emy, filha do tio Barcelos e da tia Florzinha, receberam o nome Emília em homenagem a minha bisavó, tão desconhecida de mim.

Soube pelo Toninho, filho da tia Didi, que ela foi a segunda esposa do Antônio Barcelos Borges (1868/1936). A primeira esposa teria sido a irmã da minha bisa Emília da Glória.

Conversando com o Gui Campos, filho da Maria Luíza Coelho Campos, que é expert em árvores genealógicas e tem me ajudado muito, falei sobre essa questão dos irmãos.

Meus olhos ficaram cheios d´água quando recebi a genealogia dessa família. Antônio Barcelos Borges e Emília da Glória dos Santos Borges (1879/1937) tiveram oito filhos, no total, só três sobreviveram:

- Geraldino Borges (1898)

- Maria Augusta Barcelos Borges – Nini. (1903/1960)

- Carlos Barcellos Borges (1914/1914)

- Antônio Barcelos Borges (Filho) (.../1993)

- Dolôres Barcellos Borges (1908)

- Edith Barcelos Borges

- Elsa Barcelos Borges

- Waldemar Barcellos Borges

(os nomes com um ele ou dois eles é uma questão recorrente nas genealogias. Houve uma reforma ortográfica que tirou o duplo ele. Não era para acontecer com os nomes próprios, mas na família do meu pai Antenor Francisco de Vasconcelos Horta, metade dos  filhos tem dois eles, e outros, um só)

Minha bisavó Emília da Glória era filha de portugueses que vieram para o Brasil.

 

Lembranças da Cléa (Cléa Teixeira de Menezes – Vasconcelos Horta)

Minha mãe me superprotegia. Trabalhávamos na mesma escola, ela como diretora, e eu como professora. Ela escolhia pra mim os melhores alunos, fazia minha ficha de chamada, telefonava me acordando pra trabalhar, organizava as festas de aniversário dos meus filhos. Não sei como consegui sobreviver sem ela”.

 




 



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