[1] NINI
NINI (1903/1960)
Lembrança de Toninho (Antônio Domingues Gutierrez
Filho)
“Vovó Nini, querendo pagar uma promessa, pediu a
meu pai e à minha mãe que a levassem à Aparecida do Norte, à antiga, porque a Basílica
ainda não existia. Lá chegando, quis ajudar uma senhora e comprou uns ovos nua
cesta.
No caminho de volta chovia muito. Meu pai
derrapou com o carro na estrada, e quase capotou tombando em um barranco. Todos
que estavam no carro não se machucaram mas saíram atordoados com a experiência,
menos a vovó que saiu toda sorridente porque tinha conseguido não quebrar nem
um ovo da cestinha que ela vinha carregando”.
Lembranças da Glorinha (Maria da Gloria de Menezes
Vasconcelos Horta) 1.3.3.1
“Quando vovó Nini faleceu, eu tinha sete anos. Lembro
da família de preto, dos choros, do momento em que minha mãe Cléa
tentou me contar que as pessoas viram
estrelas, então.. não precisou concluir. Eu comecei a chorar, e subi as
escadas aos prantos: Vovó Nini morreu!!!
Quando ouvíamos o motor do carro do vovô Levy
chegando do trabalho, era um Deus nos acuda. E eu tinha que recolher as tampinhas
correndo e colocá-las nos frascos de volta, para que o vovô não visse. Nunca
entendi essa proibição, mas obedecia. Vovô era tido como um cara bravo.
De minha avó Nini, sei pouca coisa. Conheci seu
irmão tio Barcelos, casado com a divertida tia Florzinha, seus filhos e netos. Conheci
a viúva do Waldemar Barcellos Borges, irmão que faleceu muito cedo, tia Julinha,
muito querida de todos, grande amiga da minha mãe, Cléa. A filha do Waldemar e
da Julinha era a Luizinha, minha madrinha de crisma, que me levou para conhecer
a Lagoa Rodrigues de Freitas, quando eu era uma criança e morava no Grajaú. Luizinha
e minha mãe trabalharam juntas muitos anos na Escola Santos Anjos, no Rio de Janeiro.
Ouvi dizer, não sei quando nem quem disse, que
vovó Nini teria perdido irmãos na epidemia da gripe espanhola. Soube que sua mãe,
minha bisavó, chamava-se Emília da Glória dos Santos Borges (1879/1937), vendo
o título de eleitor da vovó, muitos anos depois de sua morte.
Conversando com a Shirley, e com outras primas,
descobri que tanto Maria Emília, neta da tia Antônia, quanto a Emy, filha do
tio Barcelos e da tia Florzinha, receberam o nome Emília em homenagem a minha
bisavó, tão desconhecida de mim.
Soube pelo Toninho, filho da tia Didi, que ela
foi a segunda esposa do Antônio Barcelos Borges (1868/1936). A primeira esposa
teria sido a irmã da minha bisa Emília da Glória.
Conversando com o Gui Campos, filho da Maria Luíza
Coelho Campos, que é expert em árvores genealógicas e tem me ajudado muito, falei sobre essa questão
dos irmãos.
Meus olhos ficaram cheios d´água quando recebi
a genealogia dessa família. Antônio Barcelos Borges e Emília da Glória dos Santos
Borges (1879/1937) tiveram oito filhos, no total, só três sobreviveram:
- Geraldino Borges (1898)
- Maria Augusta Barcelos Borges – Nini. (1903/1960)
- Carlos Barcellos Borges (1914/1914)
- Antônio Barcelos Borges (Filho) (.../1993)
- Dolôres Barcellos Borges (1908)
- Edith Barcelos Borges
- Elsa Barcelos Borges
- Waldemar Barcellos Borges
(os nomes com um ele ou dois eles é uma questão recorrente nas genealogias. Houve uma reforma ortográfica que tirou o duplo ele. Não era para acontecer com os nomes próprios, mas na família do meu pai Antenor Francisco de Vasconcelos Horta, metade dos filhos tem dois eles, e outros, um só)
Minha bisavó Emília da Glória era filha de
portugueses que vieram para o Brasil.
Lembranças da Cléa (Cléa Teixeira de Menezes – Vasconcelos
Horta)
“Minha mãe me
superprotegia. Trabalhávamos na mesma escola, ela como diretora, e eu como
professora. Ela escolhia pra mim os melhores alunos, fazia minha ficha de
chamada, telefonava me acordando pra trabalhar, organizava as festas de
aniversário dos meus filhos. Não sei como consegui sobreviver sem ela”.
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